• Os parceiros do projeto europeu reuniram-se em Portugal nos dias 24 e 25 de outubro para discutir os progressos realizados nos últimos meses e o que falta fazer para completar a sua solução inovadora para doentes de enfarte do miocárdio

• Foi uma oportunidade para trocar ideias e rever in loco a eficiência dos produtos biotecnológicos que estão em desenvolvimento no âmbito desta iniciativa

Para discutir os últimos avanços e dar início à fase final da iniciativa, os parceiros do projeto europeu CARDIOPATCH reuniram-se em Lisboa nos dias 24 e 25 de outubro para a reunião anual do consórcio. Os líderes de cada pacote de trabalho reviram o progresso feito até agora no modelo de terapia que está a ser desenvolvido, assim como os próximos passos a dar para atingir os objetivos e a missão da iniciativa.

O encontro começou com a intervenção da investigadora Margarida Serra, que deu as boas-vindas aos presentes em nome dos parceiros portugueses iBET e Genibet, equipa que organizou o encontro. Em seguida, o coordenador do projeto, Felipe Prósper, introduziu a reunião.

O primeiro dia serviu principalmente para rever os pacotes não científicos da CARDIOPATCH e estabelecer as bases para a futura comercialização e modelo de negócio do projeto, que terá hospitais e administrações públicas como possíveis destinatários de suas soluções.

No segundo dia da Reunião Anual do Consórcio CARDIOPATCH, os parceiros resumiram os resultados alcançados na parte científica da iniciativa, que visa desenvolver uma solução inovadora para pacientes com enfarte do miocárdio através de medicina regenerativa e tecnologias de impressão 3D.

Em primeiro lugar, a Dra. Lina Badimon, do parceiro FIRHSCSP, explicou os avanços alcançados no primeiro pacote de trabalho e no aumento do potencial terapêutico das células estaminais do tecido adiposo (ADSC) através do seu pré-condicionamento. Em seguida, o Dr. Jéròme Roncalli, do parceiro CHUT, explicou as novidades do pacote de trabalho 2 e os progressos feitos para uma terapia combinada para insuficiência cardíaca crónica com células estaminais geneticamente modificadas.

Em seguida, Marta Costa e Mariana Almeida, investigadoras do iBET e Genibet, respetivamente, apresentaram o trabalho das suas equipas focado no desenvolvimento de tecnologias e protocolos para a produção e caracterização padronizada de diferentes produtos terapêuticos para medicina regenerativa cardíaca, na avaliação de ATMPs (medicamentos terapêuticos avançados) e no cumprimento dos protocolos.

Em seguida, Coline Pinese, do parceiro IBMM, explicou o trabalho realizado na funcionalização dos patches CardioReg para permitir uma libertação controlada e sustentada de fatores de crescimento terapêuticos na zona lesada do coração.

A sessão de revisão dos pacotes de trabalho científico foi encerrada pela Dra. Beatriz Pelacho, coordenadora científica do CARDIOPATCH e representante do parceiro CIMA, que anunciou que os próximos passos da iniciativa serão os testes em animais do potencial terapêutico do modelo CARDIOPATCH.

Por outro lado, os investigadores da Leartiker, Uzuri Urtaza e Mikel Garmendia, demonstraram as capacidades dos produtos biotecnológicos desenvolvidos com tecnologias de impressão 3D: um dispositivo não invasivo para a implantação correta do patch no coração e uma ferramenta para a produção e transporte do patch.

"O projeto está a revelar-se uma grande experiência. Estamos a gerar produtos e resultados, então podemos dizer que estamos a caminhar na direção certa", finalizou Felipe Prósper no final da reunião do consórcio.

O projeto europeu CARDIOPATCH, cofinanciado pelo Programa Interreg Sudoe através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), apresentará os resultados finais em abril de 2023 num evento a realizar em Pamplona.

Liderado pela Clínica Universidad de Navarra (CUN), o CARDIOPATCH inclui parceiros de Espanha, França e Portugal: CIMA Universidad de Navarra, através da Fundação para a Pesquisa Médica Aplicada, o Leartiker Technology Center, o Institut de Recerca de l’Hospital de la Santa Creu i Sant Pau, agência de comunicação GUK, Centre Hospitalier Universitaire de Toulouse, Universidade de Montpellier (UM) - Institut des Biomolécules Max Mousseron (IBMM), GenIbet Biopharmaceuticals e o Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (iBET). 

A segunda reunião anual da CARDIOPATCH contou também com a presença dos parceiros associados Viscofan e da Eurorregião Nova Aquitânia-Euskadi-Navarra (NAEN EGTC).